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Neurocientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester (EUA) descobriram um sistema de drenagem com o qual o cérebro elimina seus resíduos, segundo um estudo publicado na ”Science Translational Medicine”. O sistema funciona como uma série de tubos que pegam carona nos vasos sanguíneos do cérebro. É uma espécie de sistema de encanamento paralelo, que desempenha no cérebro a mesma função que o sistema linfático faz no resto do corpo – drenar dejetos e compostos em excesso.

Os cientistas já sabiam que o líquido cerebroespinhal, cefalorraquidiano ou líquor – desempenha um importante papel na limpeza do tecido cerebral, retirando os resíduos e fornecendo nutrientes para o tecido cerebral através de um processo conhecido como difusão.

O recém-descoberto sistema glinfático leva o líquido cerebroespinhal para todos os cantos do cérebro de forma muito mais eficiente, “É como se o cérebro tivesse dois caminhões de lixo – um lento, que a gente já conhecia, e um rápido, que acabamos de conhecer,” explicou a Dra Nedergaard”. Essa descoberta só foi possível porque o sistema só funciona no cérebro vivo e intacto. A técnica utilizada chama-se macroscopia de dois fótos, que permite aos cientistas acompanharem o fluxo sanguíneo e do líquido cerebroespinhal em tempo real em um animal vivo.

O sistema glinfático tem sua maior eficácia durante a fase de sono lento e forneceu a primeira evidência direta de resíduos de produtos de limpeza intersticiais durante o período de descanso. Em uma série de novos estudos realizados em camundongos revelou que: Quando o cérebro do rato esta dormindo ou sob anestesia, o sistema glinfático é ocupado limpando o lixo que foi acumulado durante a vigília.

Quando o nosso sono é perturbado, seja qual for a causa, o nosso sistema de limpeza diminui o funcionamento. Na Universidade do Centro da Pensilvânia, Sigrid Veasey tem-se centrado sobre precisamente como noites agitadas perturbam o metabolismo normal do cérebro. O que acontece com a nossa função cognitiva quando as pilhas de lixo não são eliminadas?

O estado de vigília prolongado ou crônico e distúrbios do sono atrapalham o metabolismo do cérebro. O resultado é a degeneração dos neurônios-chave envolvidos no estado de alerta e da função cortical adequada, gerando um acúmulo de proteínas associadas com o envelhecimento e a degeneração neural.

E se ingerirmos um comprimido para dormir? Embora o trabalho sobre os efeitos do sistema glinfático continua a ser feito, os pesquisadores do sono CONCORDAM que não há evidências de que o sono auxiliado é tão eficaz quanto o sono natural.

Se a principal função do sono é levar o nosso “lixo” neural, esta ‘visão poderia, eventualmente, permitir uma nova compreensão das doenças neurodegenerativas e o declínio cognitivo relacionado com a idade. Ao desenvolver um teste de diagnóstico para medir o quão bem estão as funções do sistema glinfático, poderíamos avançar um passo mais perto para predizer o risco de alguém desenvolver doenças como, demência, Alzheimer, ataxia, Parkinson, epilepsia, problemas de memória, etc…

Cientistas já começam a se questionar se técnicas que levam ao mesmo estado cerebral que no sono, como a meditação, tem algum efeito ativador sobre o sistema de limpeza do cérebro.

Qualquer técnica que melhore a qualidade do sono vai interferir na melhora do funcionamento do sistema glinfático. A terapia Cranio Sacral é uma técnica que procura restaurar a movimentação adequada do líquido cefalorraquidiano através de toques suaves, eliminando tensões ou restrições no organismo que possam estar dificultando o movimento desse líquido, equilibrando o funcionamento do sistema nervoso autônomo e consequentemente vários sintomas, como a melhora do sono.

 

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